domingo, 12 de maio de 2013

O dia de desejar Feliz Dia das Mães


Se tem uma coisa que minha mãe me ensinou é que Dia das Mães é todo dia. Não sei se é esse ensinamento que ela me deu que me faz ter muita dificuldade, mesmo eu já estando com 20 anos, de desejar pra ela Feliz Dia das Mães. Como disse um amigo meu: é mais fácil tentar alguma coisa com a Megan Fox do que desejar Feliz Dia das Mães.

Minha mãe pode não ser a melhor mãe do mundo, mas é a melhor mãe que eu poderia ter. Nossa relação não é uma relação que pode ser considerada tranquila e fofa - a foto que escolhi para por no início da postagem é bem o retrato da nossa relação. Mas com certeza é a pessoa que nunca me abandonaria. Por mais que eu ache que muitas coisas poderiam ser diferentes (afinal, nada é perfeito), não da para imaginar uma vida sem ela. Se hoje reclamo, sem ela eu não teria mais chão nenhum para pisar.

Nossa relação chega a ser engraçada. Não há muitas declarações e demonstrações de amor e afeto. Isso aqui é a coisa mais próxima que acho que consigo fazer para demonstrar que tenho um coração que bate por ela também. Nós brigamos muito e quando estamos em paz ela é muito irônica e sarcástica com minhas perguntas ou falas. Eu sei que mereço. Acho até que todo filho, por mais inteligente e cheio de si que seja, passa por um processo de emburrecimento quando está do lado dos pais e da margem para muita estupidez ser explicitada pelos mesmos.

Não vou me alongar muito, não sou muito habilidoso  e nem me sinto a vontade para me estender quanto a isso. Mas vou relatar o momento mais vivo na minha memória em que minha mãe foi a maior das super-heroínas. 

Quando eu tinha uns 8 ou 9 anos eu fazia natação e fui participar de um torneio. Eu gostava de nadar costas e odiava nadar peito. Acontece que eu era bom em nado de peito. Acabou que eu perdi a competição de nado de costas e fiquei muito triste e não quis competir no nado de peito depois do resultado adverso. Mas o detalhe é que na competição de peito só tinham dois competidores e se eu tivesse ido pra piscina eu ganharia, no mínimo, a medalha de bronze. É claro que me arrependi bastante de não ter ido. Eu chorei ainda no local onde estava tendo as competições (bem pouco, claro, não queria nenhuma gatinha me vendo chorando). Não me lembro bem se ela riu daquilo, mas ela foi compreensível. Me abraçou e me levou embora. Antes de voltar para casa, porém, ela parou em uma banca para comprar gibi para mim. É babaquice, parece que meu consolo foi comprado. Não, não foi. Aquilo tinha um significado muito maior e eu sei que ela sabia disso. É difícil para um menino muito mais pesado que os outros colegas da mesma idade e que sofria calado por isso ganhar uma medalha em uma competição esportiva. Deixar essa chance passar, então, nem se fala. Mas aquele gibi valeu mais por qualquer medalha. E aquela atitude da minha mãe valeu mais do que qualquer outra coisa que ela poderia fazer por mim porque ela sabia o que eu sentia e sabia que um gibi de 1 real valia mais que qualquer Playstation que nunca tive. Pode ter faltado dinheiro muitas vezes na nossa vida, mas nunca faltou amor, por mais estranha forma que ele fosse apresentado.

Nunca ganhei uma medalha de natação na minha vida. Mas ganhei a oportunidade única de ser filho da minha mãe e que nenhuma outra pessoa no mundo teve a honra e uma chance dessas. Quando falam para eu dar valor nela eu sei que não é em vão.

Mãe, te amo. Feliz todos os dias para a senhora.