quarta-feira, 12 de outubro de 2016

Poemas baratos

Eita!
Em plena segunda-feira
na fila do banco
recebo um quiproquó.

Veja!
Não vejo a receita
por muito bem pouco
do seu borogodó.

***

De quantas doses precisam
Para aguentar a vida?

Seja de poesia ou de suco da multimídia
Que quase sempre findam

Em euforia ou melancolia

***

Por que ainda insistes em escrever poesia
Se em quem lê só causa azia?


Por que não escreves algo que o povo gosta
Seu poetinha de bosta?

Por que jogas seus versos na merda
Desprezando completamente a métrica?

Por que na estrofe anterior
Você não usou uma rima perfeita?

E por que na estrofe anterior
Você sequer rimou?

Por que não entras num curso de português
Para aprender a escrever de uma vez?

Por que não considerastes que antes porém
Que artista no Brasil precisa ser filho de alguém?

Por que não exercitas teu poder de síntese
E não terminas seu texto antes que se finalize?

Porque quero que alguém me ache cool e intelectual
Antes de pôr aqui um ponto final.

***

Poema da despedida moderna e do amor virtual não correspondido

 

Tmj
      Fmz
Blz
      Flw
Vlw
      Abs
Bjs
      Tnc
Btf


***

dia que começa com pão com ovo
com cafezinho pingado
e com a cerveja gelando de novo
só pode ser um dia decretado

logo com a quinta-feira podia emendar
e com a sexta-feira enforcar
mais sábado e domingo num bem bolado
e delegar um prolongado

mas amanhã não tem legado
nosso destino está selado


acabou o feriado